segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Não me cobre lógica, não me peça coerência, nem venha me falar de razão – só a paixão me move.
Não qualifique ou quantifique meus sentimentos e nem os compare a nada – deles só eu sei.
Eu e os meus fantasmas, eu e os meus medos; sou pura emoção!
Não sei falar sobre passarinhos quando grilos me ensurdecem e abutres voam salivantes sobre minha cabeça.
Nem de flores, quando só espinhos me ferem.
Não canto canções de amor, quando meus ouvidos só ouvem hinos de guerra.
Meus olhos nunca vertem poças – vertem mar profundo, intenso, passional.
Não me cobre datas, não me estipule prazos – sou atemporal. Não me imponha condições – sou incondicional.
Às vezes, sou meu próprio furacão – me arrasto, me destruo, me devasto.
Em outras, sou brisa, vento – me balanço, me embalo, me carrego.
E noutras sou cimento, viga, tijolo – me ergo e reconstruo. Quando amo, sou música – me entôo, reverbero.
Sou fogo – me queimo e me ardo; sou água – me afogo, me inundo. S
ou meu problema, minha solução; meu veneno, meu antídoto. Sou luz, escuridão. Sou prisão e liberdade.
Sou escrava, sou rainha, amazona e montaria.
Meu querer não carece de explicação, não tem tempo, não tem hora – acontece quando e por quem tem que acontecer. Muitas me habitam – santas, profanas, crentes, piedosas, puras, pecadoras, corretas, erradas, imperfeitas, dominadoras, submissas.
Anjos e demônios correm velozes à minha volta, sem multa.
Mudo meu cenário, meu protagonista, meu enredo, meu roteiro.
Posso amanhecer nublada, entardecer ensolarada, estar enluarada ao anoitecer e tempestiva de madrugada.
Por muitos nomes já me chamaram, mas somente por um respondo.
Com prazer ou sem prazer…
Sou!


Layla Lauar

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