quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O mundo anda mudado, moderno. Sei que essa parafernalha virtual, digital, facilita e muito nossa vida. Mesmo assim, ainda não consigo entender pessoas viciadas em internet, celular, informação acelerada para mentes sedentas de novidade. As pessoas não conversam mais, mandam emails, se comunicam pelo msn, a ausência de alguém da família é facilmente resolvida pela instalação de uma web cam.

Eu quero saborear o aconchego da minha casa com as pessoas que amo, quero aquele cheirinho de bolo com café nas tardes frias, aquele doce de leite cortado na tábua, eu quero minha mente cantando as cirandas infantis que minha avó cantava enquanto varria casa, quero a família reunida e todos falando ao mesmo tempo. O abraço com cheiro de roupa limpa da minha mãe, quero banho de chuva, conversar com a lua e sentar no beiral da janela pra ver a rua.

Claro que eu gosto de internet, celular, preciso deles para escrever, para trabalhar, mas para descrever eu preciso sentir, vivenciar, degustar, isso esse mundo cibernético não pode me oferecer.
Quero saborear possibilidades, tatear o mundo, sentir o cheiro que vem das pessoas, eu quero que seja real.

Porque a realidade não é essa coisa de gente vestindo perfeição atráves de uma tela de computador. Risos maquiados de falsidade, poses e viagens, cenários montados pela covardia de gente de mentira.

Não vou me vestir de insignificâncias só pra mostrar pro mundo que sou melhor ou pior. Não me escondo da vida, me mostro pra ela com leveza e verdade. Quero tocar no coração das pessoas, com as mãos. Quero massagens de simplicidade na alma. Quero cócegas, quero mais do que esse mundo irreal tem pra oferecer. Eu sou inteira e ao mesmo tempo tão limitada. Não me comporto bem diante do que não me toca, daquilo que não me faz desatinar. Eu preciso ser ouvida, eu gosto de ouvir. Gosto da conexão entre o toque e o abraço. Web cam? Pra quê? Não quero ver o superficial. Ele não me prende, não fascina. Eu gosto de olhar o que tem por dentro das retinas. Tenho coração, não CPU.

Renata Fagundes

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